I
Deslizas ágil no suor dos sonhos
E eu –
Colecciono os teus movimentos.
Um a um,
a cada letra
vou achando o poema.
Na curva de algumas palavras, não ouço o pensamento.
E encosto-me às paredes de um deserto,
tatuado no fundo dos olhos.
São meras paredes, o esconderijo.
A casa –
É uma história sem solidão,
o poder de isolar os factos
de um presente imperfeito
II
Vou achando, a cada letra
o sabor dos bagos do tempo –
O álibi de uma vivência.
Ou o poema em silêncio.
Sim, realmente deslizas ágil no suor dos sonhos.
E porque é ágil, o meu desejo,
Eu deixo.
Sofia Freire
4 comentários:
daqui sofia (braço de prata)
bela poesia!
agora já posso dizer que te li
kisses
ofereço-te A Pítia de Delfos para esse poema:
/Users/josemonteiro/Desktop/am-pitiadelfos.jpg
beijo-saudade
da íntima rebentação
de ideias doces com sal
e pensamentos morenos a encaracolar
os desmedidos búzios
ou o ininterrupto murmúrio
das sucessivas vagas que nos queimava o olhar
uma mão de espuma sobre um seio de areia
a irrefreável margem que ondula
e que perdura
e não pára de beijar
Linnnnndo Sofia
sejamos agéis então.
bjs
Francisco
Enviar um comentário