domingo, março 30, 2008

Álibi

I

Deslizas ágil no suor dos sonhos
E eu –
Colecciono os teus movimentos.
Um a um,
a cada letra
vou achando o poema.

Na curva de algumas palavras, não ouço o pensamento.
E encosto-me às paredes de um deserto,
tatuado no fundo dos olhos.

São meras paredes, o esconderijo.
A casa –
É uma história sem solidão,
o poder de isolar os factos
de um presente imperfeito



II

Vou achando, a cada letra
o sabor dos bagos do tempo –
O álibi de uma vivência.
Ou o poema em silêncio.

Sim, realmente deslizas ágil no suor dos sonhos.
E porque é ágil, o meu desejo,
Eu deixo.


Sofia Freire

4 comentários:

soster disse...

daqui sofia (braço de prata)
bela poesia!

agora já posso dizer que te li

kisses

... disse...

ofereço-te A Pítia de Delfos para esse poema:

/Users/josemonteiro/Desktop/am-pitiadelfos.jpg



beijo-saudade
da íntima rebentação
de ideias doces com sal
e pensamentos morenos a encaracolar
os desmedidos búzios
ou o ininterrupto murmúrio
das sucessivas vagas que nos queimava o olhar

uma mão de espuma sobre um seio de areia
a irrefreável margem que ondula
e que perdura
e não pára de beijar

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Francisco Cabral disse...

Linnnnndo Sofia

sejamos agéis então.

bjs

Francisco