quarta-feira, outubro 29, 2008

The cruel bed



I have a very cruel bed
She plays around with my sleep
… ‘cuz I can’t find you in it

I’ve fumbled every inch
Pretending about your skin
Wrapped with the sheets, I take a spin. Or two
Playing inside of your arms, I imagine. Or I remember.

But she is really, really bad
She should have you dreamin’ in
… As I'd fall asleep
I'd be just as far as you


ilustração de Camila Reis

segunda-feira, outubro 06, 2008

Match subjectivity

Shaping perception and capture subjectivity
Might as well be…
Shape thinking, shape a mind
Should I shape my mind?
Should I mind shaping?

The dream is alive

O meu momento não pára
Movo-me lentamente
mas promovida pelo infinito

Ventre: balão de vidro clarividente

Como num ventre materno, o universo.
Nascemos para nos esquecermos de tudo – até que se provoque a dor.

Os filhos imiscuíam-se na cauda protectora sempre que a cabeça da mãe mergulhava num rasgo cósmico.

Ouvi Dizer

Diz-lhe que eu não vou

Fico aqui, no lugar do meu pensamento.
Mente-corpo inofuscável.
Ainda que os sentidos sejam por vezes uma tortura.
Outras, prazer imenso no terno areal que me cinge, imensurável, as profundezas.

Derradeiro e sempre intenso na vertigem. Dos sentidos
e do estar mais interno - uma tortura portanto.

O coração acelerado não tem dó. Só cor.
Pungente e tingida na ferida indolor. E que é imune.

São tudo máscaras doridas sobre movimentos ternos.
Não fosse o tempo a escorregar-me nas mãos
quando as aperto aqui no meio do gozo.

quinta-feira, junho 05, 2008

Atlantic post


I want to send you
some kisses in a box
Fragile on the top, typed
and a well centred
‘this way up’ arrow
Thought they might
get wet on their way…
I hope
you can still cover yourself
with them
all over






ilustração de Camila Reis

domingo, março 30, 2008

Álibi

I

Deslizas ágil no suor dos sonhos
E eu –
Colecciono os teus movimentos.
Um a um,
a cada letra
vou achando o poema.

Na curva de algumas palavras, não ouço o pensamento.
E encosto-me às paredes de um deserto,
tatuado no fundo dos olhos.

São meras paredes, o esconderijo.
A casa –
É uma história sem solidão,
o poder de isolar os factos
de um presente imperfeito



II

Vou achando, a cada letra
o sabor dos bagos do tempo –
O álibi de uma vivência.
Ou o poema em silêncio.

Sim, realmente deslizas ágil no suor dos sonhos.
E porque é ágil, o meu desejo,
Eu deixo.


Sofia Freire