I
Deslizas ágil no suor dos sonhos
E eu –
Colecciono os teus movimentos.
Um a um,
a cada letra
vou achando o poema.
Na curva de algumas palavras, não ouço o pensamento.
E encosto-me às paredes de um deserto,
tatuado no fundo dos olhos.
São meras paredes, o esconderijo.
A casa –
É uma história sem solidão,
o poder de isolar os factos
de um presente imperfeito
II
Vou achando, a cada letra
o sabor dos bagos do tempo –
O álibi de uma vivência.
Ou o poema em silêncio.
Sim, realmente deslizas ágil no suor dos sonhos.
E porque é ágil, o meu desejo,
Eu deixo.
Sofia Freire